Se quiserem, pode ser que eu esteja AQUI e sempre que puder, voltarei a este cantinho...

E a chuva que insiste em cair lá fora faz-me querer continuar aninhada no meu canto. Onde não vejo o mundo, onde me resguardo de quase tudo. Onde consigo ser feliz de maneira simples e incompreensível.
Aproximam-se tempos de muito esforço e trabalho... E eu gosto!

Há muitos tipos
e há muitos tipos de pai
e há pais que não são tipos: são pais

Há o pai protector e o libertador
mas também o opressor e o abusador
o indecente e o insolente
o desistente e o ausente
mas também o resistente:

Herói até ao fim
que lutou por nós
que lutou por ti
que até luta pelos outros

E não desistiu
e abocanhou o destino
como lobo bom e bravio
defendeu as suas crias do assédio imoral da sociedade

O meu pai é o melhor do mundo, sabes?
Porque nunca desistiu de mim

Dinis H. G. Nunes
Pai sem Natal

E este momento é tão infinitamente meu.

O mundo, lá fora, chama por mim e eu em casa a lutar para não ter dores e para aprender a andar com ajuda.
Raios partam esta porcaria toda, e se querem um conselho de amiga: jamais andem descalços, mesmo que para voces seja a melhor coisa do mundo!

Parabéns

"MADRINHAAAAAAAAAAAAA" e é com este berro, tão teu, que te recordo sempre. A espontaneidade com de demonstras gostar de mim, o sorriso sincero e a verdade das tuas palavras. Conheço-te muito pouco, na verdade, conheci-te ao acaso, porque te praxei e porque, por algum motivo, gostaste de mim e me escolheste para tua madrinha. Hoje em dia sei que posso contar contigo, que podemos falar e que muito provavelmente iremos rir a cada vez que nos juntarmos. Não vou dizer que gosto mais de ti por teres sido a primeira afilhada, não estaria a ser sincera, pois gosto de todas exactamente do mesmo modo e faria, por qualquer uma de voces, qualquer coisa para não vos ver magoadas, para vos proteger... Fazes anos, 20 aninhos e eu, olho para trás com a sensação de que me sinto demasiado velha, tão velha que este poder maternal me invade a cada vez que estou a teu lado. Espero que já tenhas aprendido a fazer a canja e espero vir a prová-la!!! Jamais me esquecerei das tuas palavras de ontem: «Madrinha, és igual à minha mãe, ela também não dá confiança a qualquer pessoa. Ela deixa que poucos se aproximem dela. Eu tive essa sorte, tu deixaste que eu me aproximasse de ti. Obrigada por isso madrinha.»
Gosto muito de ti bichinho e sinto-me a pessoa mais sortuda do mundo por ter 3 afilhadas expetaculares =))

Há duas horas que respiro o mais fundo que posso, mas começo a desconseguir. Isto de se ter colegas de casa, que ainda por cima nunca tiraram um curso superior e que, por isso, não compreendem a necessidade extrema de silêncio no mês de Janeiro, é muito complicado. Com tantos dias para limpar a porcaria do quarto, que mais parece uma caixa de sapatos, ela tinha que escolher o dia de hoje. Pior, agarrou-se ao aspirador (que é silencioso) e à esfregona e ninguém a para. A minha elasticidade cognitiva não dá para tanto e, sinto que, já faltou mais para lhe enfiar a cara dentro do balde, com a água que ela está a usar para lavar o chão! Eu apenas quero estudar. HOJE!

Os dedos pedem-me que vos escreva algo, mas a vontade de o fazer não é muita. Há coisas que me têm absorvido o tempo e a disponibilidade. Sinto-me em falta comigo mesma, por isso, vou retirar-me por algum tempo, primeiro, para continuar nesta luta desenfreada com os livros e depois, para ir de férias, para dar tempo ao amor e espaço ao que se tem perdido.

Logo que possa, regresso!

10h23: sinto-me estranhamente calma, tão calma que começo a sentir-me interiormente nervosa.

«O futuro ficou onde deve estar: no futuro. Gosto de sonhar que isto ou aquilo vai acontecer. Gosto de imaginar momentos que irão chegar com requintes de cenas cinematográficas, mas já não deposito nessas imagens a mesma energia, a minha carne e o meu sangue, como se da concretização desses sonhos dependesse a minha felicidade.»

(M.R.P. - O dia em que te esqueci)